quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sede de Vingança - Return to Sender (2015)


A enfermeira Miranda Wells tem a pretensão de tonar-se médica. Ela mora sozinha, leva uma vida mais reclusa; no tempo livre, gosta de preparar bolos artísticos; e só mantém um “coleguismo” com as demais profissionais do Hospital. Demonstra muito amor e atenção pelo Pai.

Depois muito insistir, uma colega consegue convencê-la a marcar um encontro com um amigo do marido; um “encontro às escuras”. 

O suposto amigo chega antes do previsto. Ela o deixa entrar, arruma-se enquanto ele "espera". Mas o homem a estupra muito violentamente e foge, sendo capturado posteriormente, preso e condenado pelo crime.

Além do trauma psicológico e das agressões físicas, Miranda perdeu a coordenação da mão, de modo que ficou incapaz de exercer sua profissão.

Pouco tempo depois de recuperar-se, ela passa a mandar cartas ao estuprador e visitá-lo, com frequência, na prisão. 

Uma crítica técnica do filme, sem dúvida, não será das melhores, dado que a direção e o enredo deixaram a desejar.

Mas a análise do contexto social retratado no filme é muito interessante, já que apresenta, com ênfase no psicológico, tanto o lado da vítima, quanto o do criminoso. Faz um comparativo sobre o que é Justiça e o que é Vingança, bem como chama a atenção ao sistema penal que, em regra, encarcera os criminosos de maneira geral, sem classificar, com cautela, casos que envolve psicopatia.

Acredito que quem foi vítima de um crime, como o apresentado no filme, deve ter aguçado o desejo de saber que aquele que lhe causou mal, será condenado à pior sanção. Contudo, a reflexão é válida, sobretudo por estarmos no primeiro ano do Novo Código de Processo Civil, em que instituiu a necessidade da Mediação na gerência dos conflitos. Assista-o sob essa perspectiva, deixando de lado a crítica técnica; mesmo que lhe cause ojeriza.




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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

As Sufragistas – Suffragette (2015)


Mais um ano de eleição, que deveremos exercer nossa obrigação e direito de votar. Aqueles que acreditam tratar-se apenas de um ato qualquer, não imaginam todo o trajeto que já foi percorrido até chegarmos na realidade atual.

O enredo tem como protagonista Maud Watts (Carey Mulligan), uma mulher que é casada, tem um filho pequeno e trabalha, juntamente com seu marido, em uma lavanderia. 

Ela exerce essa atividade desde criança, quando ainda acompanhava sua mãe, que também laborava para a mesma “empresa” e que, como todas, morreu cedo, dada a exaustão da atividade e os perigos nos quais eram expostas.

Certo dia, quando seu Chefe a manda realizar uma entrega, Maud vê-se no meio de um protesto, onde passa a conhecer o movimento composto por mulheres, denominado Sufragistas. 
Desde aquele dia passa a interessar-se sobre a causa que aquelas mulheres, vistas como “badernistas”, lutavam.

Contudo, em um período (início do século XX) onde a mulher não tinha qualquer destaque e enfrentava muito preconceito, muito mais do que hoje, embora ainda exista, ela depara-se com inúmeros obstáculos que dificultam a luta pelos direitos da mulher como cidadã. 

E, a partir disso, acompanhamos o despertar de seu interesse político e a respeito do sistema, bem como os dilemas ao longo do caminho da protagonista e suas companheiras. 

Com um elenco forte de atrizes, como Maryl Streep, Helena Bonham Carter e Carey Mulligan, o filme é instigante e emocionante. Mas por um equívoco na direção, deixou um pouco a desejar. Mas nada tão grave que tire sua relevância.

Ao término, informam o ano na qual cada país permitiu às mulheres exercer sua cidadania por meio do voto, o que também é muito interessante.

Por meio dessa trama, que trata da luta pela igualdade das mulheres e faz uma crítica às crenças machistas, determinadas pela Igreja, colocamo-nos a pensar o quão importante ainda é falar a respeito desse tema e observar que ainda estamos no meio do caminho. Assista-o e, se tiver interesse, expresse aqui sua opinião.


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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Resenha A Teoria de Tudo - The Theory of Everything

O filme relata a biografia do físico teórico, cosmólogo e um dos mais consagrados cientistas da atualidade: Stephen William Hawking.

Aos 21 anos, Hawking foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, uma doença incurável e degenerativa, que atrofia os movimentos musculares.

Todavia, o cérebro não parou de funcionar. E Hawking que, no momento do diagnóstico, foi informado que teria apenas mais dois anos de vida, aproveitou seu tempo estudando, desvendando os mistérios do universo e do tempo e, principalmente, vivendo.

Casou-se com Jane Wilde, na época também aluna de Cambridge, com quem conviveu por vinte e cinco anos e teve 3 filhos. Por meio dessa formidável película, temos a possibilidade de acompanhar a evolução dessa doença e como o astrofísico e sua família, sobretudo sua primeira esposa, conviveram com as limitações.

Sua história mostra-nos que tudo é possível quando tem-se amor, respeito e compreensão. Conhecer a história de Hawking motiva-nos a sempre renovarmo-nos, independentemente dos empecilhos que possam surgir, desestimula-nos a reclamar das circunstâncias. Além disso, ao observarmos sua tão dedicada Jane, aprendemos uma grande lição sobre amor, companheirismo, dignidade e cumplicidade. 

Hawking permanece vivo e desmistificando mais curiosidades, contrariando suas próprias teorias, inclusive. Publicou diversos livros, fundou o Centro de Cosmologia Teórica (CTC) da Universidade de Cambridge e, atualmente, dirige o Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica (DAMTP).

“A Teoria de Tudo” baseou-se na obra biográfica, escrita por Jane Wilde Hawking, e foi vencedor de dois Globos de Ouro: Melhor Ator (Redmayne) e Melhor Banda Sonora Original (Jóhann Jóhannsson) e recebeu cinco nomeações para o Oscar, das quais foi premiado com Melhor Ator.

Uma lição de vida! Depois de assisti-lo, não há como continuar sendo o(a) mesmo(a).


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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Resenha Piaf: Um hino ao Amor – La Môme


Um filme intenso, dramático e encantador! A atuação magnífica de Marion Cotillard como Edith Piaf, a maior cantora popular francesa (que lhe rendeu o merecido Oscar de melhor atriz), apresenta uma vida trágica, 
marcada pelo abuso de álcool e drogas. 

Edith foi criada no bordel que sua avó paterna administrava, após ser abandonada por seu pai e rejeitada por sua mãe. Mais tarde, passa a viver com seu pai, artista circense, nos picadeiros do circo onde ele se 
apresentava. Aos 15 anos o abandona para cantar nas ruas de Paris. 

Anos depois, Edith é descoberta por um proprietário de uma casa noturna, no filme interpretado por Gerárd Depardieu, que a denomina Piaf (passarinho em francês) e,  no mesmo ano, grava seu primeiro 
disco, passando a ser reconhecida por toda a Europa. 

A maquiagem surpreendente, também premiada com o Oscar, aliada à interpretação de Cotillard, que adota perfeitamente todos os trejeitos da cantora, do olhar expressivo ao corpo mignon e corcunda, faz com 
que confundamos a atriz com a própria personagem. Aliás, Marion Cotillard não interpreta, ela corporifica! Ela é a própria Edith. “Piaf: um hino ao amor” é um filme espetacular e imperdível!



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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Resenha A Garota Dinamarquesa - The Danish Girl (2015)


A sociedade, pautando-se na dinâmica da reprodução, gerenciou os indivíduos fazendo-os acreditar que, em matéria de relacionamentos, apenas sexos opostos poderiam atrair-se. 

Partindo desse ideal conservador, o filme mostra as frustrações de Gerda (Alicia Vikander), da pintura ao casamento, e a identificação de seu marido Einar Mogens Wegener (Eddie Redmayne) como mulher.

O amor verdadeiro é aquele que deixa ir, que respeita o outro a ponto de aceitar sua essência e que se mantém perto nos momentos de maior dificuldade, inclusive. Tal como o amor da personagem Gerda. 

Em uma época que sentir atração por uma pessoa do mesmo sexo era visto como loucura, como esquizofrenia, Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener, teve a coragem em assumir-se e, principalmente, submeter-se a uma cirurgia, sem precedentes, para adequação de gênero (transgenitalização). 

Difícil não se emocionar diante dessa marcante história, que nos leva à reflexão moral. 

Por meio da belíssima fotografia, a película dirigida por Tom Hooper aborda, com poesia e profundidade, a essência do ser humano. A partir do momento que temos o contato com a intimidade de Lili, mesmo que em uma adaptação ao Cinema, é possível compreender que identidade de gênero e sexualidade são processos que se constroem ao longo da vida.

A interpretação de Eddie Redmayne foi perfeita e merecia o Oscar, mas sabemos que ele só não o levou porque era o ano do Leonardo Di Caprio levar o seu tão esperado e merecido prêmio. Entretanto, ao menos, Alicia Vikander foi premiada como Melhor Atriz Coadjuvante.

A Garota Dinamarquesa é fundamental para quem deseja compreender o sentimento de quem vê-se de maneira diferente daquela que a natureza lhe proporcionou. Um filme que certamente mudará seu olhar, mesmo daqueles que nunca tiveram preconceito. Assista, reflita e emocione-se. Boa sessão.



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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Resenha O Fabuloso Destino de Amélie Poulain - Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain (2001)



A delicada película, apreciada pelos amantes do cinema cult, insere-nos na intimidade da pura Amélie Poulin, personagem de Audrey Tautou. Uma jovem que se muda da casa dos pais para morar sozinha no bairro parisiense Montmartre, onde passa a trabalhar como garçonete.

Certa feita ela encontra um “tesouro” em seu apartamento, uma caixa com fotos e outros souvernirs, despertando-a a curiosidade em revelar os segredos do que acabara de encontrar. E, assim, inicia a saga de Amélie pelo dono daquelas memórias.

Por meio dessa busca, o charme e a cultura da França relevam-se, enquanto Amélie aprecia as singelas cenas da vida e as descreve poeticamente, dando encanto ao filme. Com uma bela fotografia e envolvente trilha sonora, o enredo chama a atenção aos pequenos detalhes, aos pequenos prazeres diários. Enfatiza as relações mais diversas, como a maneira que cada pessoa lida com o amor, a paixão e a perda.

A comédia romântica, do diretor Jean-Pierre Jeunet, consagrada como uma das mais aplaudidas obras do cinema moderno, foi premiada com o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2001.

Veja, reveja e encante-se. Ah, e baixe a trilha sonora, ou compre o CD... vale a pena conferir.


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