A sociedade, pautando-se na
dinâmica da reprodução, gerenciou os indivíduos fazendo-os acreditar que, em
matéria de relacionamentos, apenas sexos opostos poderiam atrair-se.
Partindo desse ideal conservador,
o filme mostra as frustrações de Gerda (Alicia Vikander), da
pintura ao casamento, e a identificação de seu marido Einar Mogens Wegener
(Eddie Redmayne) como mulher.
O amor verdadeiro é aquele que
deixa ir, que respeita o outro a ponto de aceitar sua essência e que se mantém
perto nos momentos de maior dificuldade, inclusive. Tal como o amor da
personagem Gerda.
Em uma época que sentir atração
por uma pessoa do mesmo sexo era visto como loucura, como esquizofrenia, Lili
Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener, teve a coragem em
assumir-se e, principalmente, submeter-se a uma cirurgia, sem precedentes,
para adequação de gênero (transgenitalização).
Difícil não se emocionar diante
dessa marcante história, que nos leva à reflexão moral.
Por meio da belíssima
fotografia, a película dirigida por Tom Hooper aborda, com poesia e
profundidade, a essência do ser humano. A partir do momento que temos o contato
com a intimidade de Lili, mesmo que em uma adaptação ao Cinema, é possível compreender
que identidade de gênero e sexualidade são processos que se
constroem ao longo da vida.
A interpretação de Eddie
Redmayne foi perfeita e merecia o Oscar, mas sabemos que ele só não o levou porque
era o ano do Leonardo Di Caprio levar o seu tão esperado e merecido prêmio.
Entretanto, ao menos, Alicia Vikander foi premiada como Melhor
Atriz Coadjuvante.
A Garota
Dinamarquesa é fundamental para quem deseja compreender o sentimento de quem
vê-se de maneira diferente daquela que a natureza lhe proporcionou. Um filme
que certamente mudará seu olhar, mesmo daqueles que nunca tiveram preconceito.
Assista, reflita e emocione-se. Boa sessão.
Resenha em Libras:
Assista ao trailer aqui!
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