quinta-feira, 11 de maio de 2017

O Lagosta - The Lobster (2016)


Se ao ficar solteiro sua única opção de permanecer vivo é ser transformado em um animal, que animal escolheria?

No filme O Lagosta, o sujeito que por qualquer circunstância for solteiro, lhe resta poucas opções que podemos considerar normais para o estilo de vida dos dias atuais.

O indivíduo que perde seu par é encaminhado para um hotel, luxuoso, porém repleto de regras inusitadas, todas com a intenção de desencorajar a autonomia social e afetiva. Ninguém deve ficar sozinho, isto é perigoso na trama.

O novo hóspede tem exatos 45 dias para encontrar um novo par, se isto não acontecer ele será encaminhado para uma cirurgia de transformação, onde deixa de ser humano para ser um animal de sua prévia escolha. Quem não conseguir um par nos 45 dias e não quiser se transformar em animal poderá aumentar seus dias no hotel com um recurso pouco convencional, que é realizar caçadas aos solteiros que vivem na floresta fora dos limites do hotel... para cada solteiro abatido o sujeito ganha mais um dia como hóspede.

A floresta que parece ser um lugar com regras mais livres do que as presentes dentro do hotel, apresenta outras tantas regras tão rígidas quanto às do hotel. Na floresta o objetivo é desencorajar a formação de casais.

O filme trata de uma sociedade imaginária que apresenta profundas críticas à nossa sociedade atual, onde valores voltados para os relacionamentos são postos em análise. Onde a solidão não é permitida em um lugar e em outro ela é obrigatória.   O ato de matar é um recurso aceitável.

Um casal que se formou na floresta, logo não podem ficar oficialmente juntos, decide fugir para cidade e lá uma decisão drástica é tomada para garantir que possam ficar juntos.

A comédia da trama é sempre sombria, com atores que nunca sorriem, mas são seriamente engraçados.

Veja o filme e decida: Quer ser um animal, um assassino, solteiro na floresta ou ficar cego de amor?



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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Pixote - a Lei do mais Fraco (1981)


O filme apresenta como personagem principal Pixote. Junto com outros jovens delinquentes  o menino está internado em um reformatório para menores. Na instituição  vive seus dias exposto à todo tipo de violência, logo cedo se entende que para sobreviver precisa transitar entre os extremos da violência, inclusive matar.

Cansado e temendo por sua vida após testemunhar diversos abusos (espancamentos) por parte dos adultos funcionários da instituição Pixote foge com mais três amigos. 

Destino do grupo: São Paulo. Na cidade, Pixote e seus amigos sobrevivem realizando assaltos.  Um dos amigos de fuga, Lilica,  consegue com um amigo traficante a oportunidade de o pequeno grupo partir rumo ao Rio de Janeiro para vender drogas.  Este negócio não é bem-sucedido, o grupo é passado para trás e a ainda culmina com a morte de um dos meninos. Na confusão Pixote mata a cliente picareta, praticando assim seu primeiro assassinato. 

A turminha  resolve deixar o tráfico de drogas. Neste meio tempo conhecem a  prostituta  Sueli, que abandonada pelo seu cafetão desenvolve uma parceria com os meninos Pixote, Lilica e Dito.  A parceria macabra consistia em Sueli atrair seus clientes para sua casa e durante o programa Pixote e Dito os roubavam. 

A parceria durou e rendeu muito dinheiro para o grupo, até que um dia o arranjo de sempre deu errado, um cliente estrangeiro depois de um momento de distração de Dito e Pixote avança sobre Dito. Pixote que tinha uma arma, começa a atirar e consegue ferir o estrangeiro,  porém no tumulto também mata seu amigo Dito. Segundo e terceiro assassinatos de Pixote. 

A morte de Dito desgoverna a relação entre Sueli e Pixote, pois Sueli e Dito nesta altura mantinham um relacionamento que parecia ser puramente sexual, mas fica evidente a carga afetiva quando Sueli apesar de demonstrar um carinho materno por Pixote prefere que ele se afaste após o falecimento de Dito.

O filme termina com Pixote sozinho andando pelos trilhos do trem, uma ironia pois os trilhos de trem sempre levam para algum lugar e Pixote parece não ter destino.


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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Intrometida - The Meddler (2016)


Acredito que muitos se identificarão com os dilemas entre mãe e filha que, de maneira agradável e humorada, as atrizes Susan Sarandon e Rose Byrne representam.

Lori (Rose Byrne) é uma jovem solteira, tutora de dois cães, roteirista, que mora sozinha e não vislumbra a possibilidade de se casar, conforme os parâmetros conservadores. E Marnie Minervini (Susan Sarandon), mãe de Lori, é uma viúva recente, com uma fortuna deixada por seu marido, que pode usufruir com o quem e com o que bem entende.

Para ocupar seu tempo ocioso, Marnie passa a focar em sua filha, monitorando-a e prestando conselhos, como toda mãe, em regra, faz; mesmo que não seja requisitada para isso. Mas nós compreendemos que isso é amor de mãe.

Acompanhamos ao longo da trama as descobertas dessa jovem Senhora, sobretudo com os novos laços de amizade e o contato com a tecnologia, que a nova rotina e seus questionamentos a proporcionou, bem como a maneira que sua filha encara a vida e as características que as unem.

Um filme cativante e muito sincero, que nos extrai agradáveis risadas. Caso tenham a possibilidade de assistir com as suas mães e/ou filhos, fica a sugestão. Mas se não puderem, não tem problema, o filme também lhes renderá boas reflexões e, quem sabe, memórias. Bom filme.


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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Blue Jasmine (2013)



“Estilo independe da conta bancária.” E a personagem Jasmine, interpretada por Cate Blanchett, prova isso durante a trama dirigida por Woody Allen. Contudo, a personagem só seria uma boa referência, na vida real, no quesito estilo e bom-gosto, de fato. Isso porque, a dissimulada Jasmine é uma mulher que valoriza de maneira exacerbada a ostentação da riqueza, a ponto de não se importar de onde a riqueza provém.

A trama inicia pela metade de sua história, intercalando com o início, por meio dos devaneios da personagem principal, que enlouqueceu após perder todo o patrimônio que tinha em conjunto com seu marido, um estelionatário que também adorava ostentar sua riqueza.

Jasmine, mesmo sem dinheiro, não abandonou o glamour. Mas foi morar na casa de sua irmã, Ginger, no subúrbio, até reestruturar-se ou encontrar um “novo amor”.

Ginger (Sally Hawkins) tem dois filhos e está em um novo relacionamento, já que o anterior, com o pai de seus filhos, foi prejudicado após serem vítimas do golpe praticado pelo ex-marido de sua irmã, que os faliu. Mesmo assim, Ginger acolhe Jasmine.

E o roteiro segue entre momentos presentes e os relatos de Jasmine sobre a vida que levava com seu falecido marido, que se matou na prisão, após seus crimes serem revelados.

O nome do filme é uma referência à música "Blue Moon", constantemente tocada no filme, em referência aos tempos de riqueza da personagem.

O filme tem a clara assinatura de Allen no humor neurótico da personagem principal e no jazz que envolve a trilha sonora. Todavia, no caso de Blue Jasmine, a interpretação de Blanchett sobressaiu a condução do roteiro, segundo especialistas.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Como eu era antes de você - Me Before You (2016)


O filme que lhes apresento fez muito sucesso neste ano, sobretudo com o público que leu o livro da autora Jojo Moyes, do qual se derivou. Não pretendia assisti-lo; confesso que o julguei antes mesmo de ver o Trailer. Mas equivoquei-me e, por isso, indico-o.

Trata-se de um Drama britânico, dirigido por Thea Sharrock, em que a trama se diverge do esperado (para quem não leu o livro, claro).

O roteiro apresenta Louisa Clark (Emilia Clarke), uma jovem garota que precisa trabalhar para complementar a renda dos pais que, mesmo com as dificuldades financeiras, mantêm o bom-humor e a união da família. Com a crise, a Cafeteria onde Louisa trabalhava precisou fechar e ela, por necessidade, candidatou-se à vaga de cuidadora de Will (Sam Claflin), acreditando que se depararia com algum idoso acamado.

Todavia, Will nada tem a ver com o estereótipo esperado. Ele é um jovem bem-sucedido, nascido em uma família rica, que costumava praticar esportes radicais, até sofrer um grave acidente, que o deixou tetraplégico. Pelas circunstâncias, Will apresenta um quadro de “depressão” que não o motiva continuar a viver. Até que Louisa surge, com seu jeito autêntico e descontraído, mostrando-o alternativas possíveis e adaptadas às suas limitações.

Contudo, o desfecho da trama, como eu disse anteriormente, foge do esperado, pelo fato de que somos levados à alternativa, ainda polêmica, da Eutanásia (do grego, “boa morte”) e ao questionamento acerca do direito de escolha.

Diante dessa difícil situação, Louisa é a esperança para os pais de Will (Janet McTeer e Charles Dance) que ele possa mudar de ideia, e compreende a tarefa que lhe é designada, conduzindo-a com dedicação, compreensão e, principalmente, muito amor.


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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Humano – uma viagem pela vida. (Human – 2015)


O Documentário, que foi projeto da Fundação Goodplanet e apresentado pela Fundação Bettencourt Schueller (França), reúne depoimentos de histórias pessoais de indivíduos com diferentes etnias e realidades, na tentativa de compreender a essência humana. O Diretor Yann Arthus-Bertrand foi sábio em sua produção, dividindo-a por temas, tais como: Amor, Gênero, Guerra, Trabalho, Riqueza, Felicidade, Morte, Acesso, Valores. E, entre essas etapas, incluiu imagens aéreas inéditas das regiões que visitou, fechando-as com uma trilha sonora de crescente e de impacto, emocionando até os mais “fortes”. 

Diante do horror das guerras sírias, do desespero dos refugiados, das situações de miséria, das campanhas de respeito ao humano, independentemente do gênero que se enquadra, da cultura do consumo irresponsável e dos apelos à sustentabilidade, o Documentário surge como um compilado de falas diretas com quem vive essas e outras realidades. Momento em que o telespectador tem a oportunidade de ouvir essas pessoas e olhar em seus olhos. 

“Human é uma coleção de histórias e imagens do nosso mundo, oferecendo uma imersão no núcleo do que significa ser humano. (...) é uma obra politicamente engajada que nos permite abraçar a condição humana e refletir sobre o significado de nossa existência.”1 

Impossível sair da sessão sem sentir-se tocado. Assista, reflita e compartilhe. 


Está disponível nos cinemas Cult, onde se encontram produções fora do circuito comercial e, também, no YouTube, com legendas em português. Logo, não há desculpa para não assisti-lo.



Resenha em Libras:




Assista ao documentário aqui: